Todas as instituições financeiras possuem programas próprios de remuneração variável, o que implica na definição de metas para alcançar resultados. Via de regra, os funcionários são submetidos a metas abusivas, muitas vezes estabelecidas de maneira inatingível, e que sofrem alterações constantes. Isso contribui negativamente para a saúde desses trabalhadores, que convivem com o temor de não atingir suas metas e perder sua remuneração variável. Além disso, têm que lidar com gestores que muitas vezes não estão preparados, os quais incentivam a oferta de produtos e serviços de forma obscura e duvidosa, frequentemente sem o consentimento dos clientes, gerando desconforto extremo e transferindo o risco do negócio para o empregado.

Embora os bancários tenham garantias de alguns direitos, as exigências para atingir as metas são estabelecidas unilateralmente pelo banco e não levam em consideração as particularidades das unidades bancárias, como o número de funcionários. Isso ocorre em meio a um alto número de demissões e fechamentos de agências, o que sobrecarrega aqueles que permanecem, resultando em um dos maiores índices de adoecimento por doenças psicológicas.

Dados coletados de 2012 a 2021 revelaram que a categoria bancária representa 25% dos afastamentos por doenças mentais e comportamentais no país. Mais de 40 mil bancários tiveram o direito ao benefício por acidente de trabalho reconhecido pelo INSS. No mesmo período, 156.670 bancários tiveram reconhecido o afastamento por doença comum.

Atualmente, buscar ajuda dentro das instituições é desencorajado e é muitas vezes visto com maus olhos pelos gestores, que, não raramente, acabam demitindo os trabalhadores doentes.

Para combater essa situação, é necessário agir imediatamente. Identifique e previna doenças mentais no ambiente de trabalho, apoie aqueles que precisam de ajuda e promova o autocuidado. Consultar um especialista e conhecer mais sobre a prevenção extrajudicial também são passos importantes.